Pois é, chegou o Natal! Compras, compras e muita festa para muitos e…
…Digo, para muitos, porque o Natal, ou seja, a comemoração do nascimento de Cristo é, basicamente, uma celebração oriunda da Igreja Católica. É óbvio… Atualmente, com a globalização de todas as coisas – até mesmo da religião – muitas outras igrejas, centros, templos e similares, que foram de alguma forma baseadas na religião cristã, são adeptas ao Natal. E eu paro para me perguntar… Por quê? A resposta, para mim, é simples – apesar de contraditória: o Natal é um evento massificado, porque, inicialmente, a religião cristã expandia-se massivamente.
Parando para pensar na nossa situação atual, percebo que existem, sim, muitos cristãos; porém, boa parcela deles não creem em Natal. A questão em si não é nem essa, mas é a proporção que o Natal toma. Primariamente – e como passa na TV, no dia e na véspera de Natal – não havia essa troca de presentes, que, hoje, manipula e distorce o sentido de Natal. Por outro lado: haviam mães e filhos, viventes de uma terra árida e seca, aos prantos com a crueldade de um certo imperador e seu exército. Pois é! Vai entender. O que tem a ver trocarmos presentes hoje com aquela dura luta de Jesus Cristo? Por acaso, isso é uma forma de gratidão a ele?
Sabe, eu sou religiosa, sim. Mas gosto de pensar no porquê das coisas e questioná-las incansavelmente, até eu conseguir compreendê-las. Dessa forma, na minha opinião, o Natal deveria ser um momento de recolhimento, onde refletiríamos e agradeceríamos a morte de um homem corajoso e bom, que salvou a humanidade, como muitos dizem. Pois é, mas não vejo isso. Não vejo isso e fico terrivelmente irritada, pois vejo crianças sendo mimadas pelos seus pais e nem aí para o “verdadeiro sentido” da data cristã. Vejo cidadãos, intoxicados pela ideia de Natal, dar presentes, presentearem todos os seus amigos e família, acreditando estarem fazendo o certo pelo espírito natalino. Presentes, esses, que muitas vezes nem podem bancar. Nem podem dar. Mas dão. Porque a data exige isso. Quem disse?
Quer minha opinião? O melhor presente de Natal seria, na verdade, uma boa reflexão e agradecimento pelas coisas que temos. Pelo nascer do sol, pelo canto dos pássaros. Não quer dizer, porém, que eu não curta presentes natalinos ou até mesmo essa data. Eu gosto sim. Eu até acho legal. Mas, nas proporções de hoje, massificada e insignificante – muito diferente de antigamente e de sua origem – eu não quero. Não quero porque não instiga; o Natal passa a ser só mais um motivo de mais cifrões em bolsos de vendedores que investem forte nessa data. E daí, meu amigo, o sentido se perde. Se perde, porque não era esse desde o começo.
Quer saber minha opinião? Sou a favor de dar presentes de Natal sim. Mas sou a favor de presentear conscientemente, pensando duas vezes se vale ou não a pena. Sou a favor de presentear, também, além dessa data ou da data do aniversário. Sou a favor de presentear todos os dias. E no Natal, quem sabe, agradecer. E não se viciar em uma época puramente consumista, comercial e superficial. Enfim… Penso que as coisas estão invertidas e só. Aliás, o que não está, nos dias de hoje?
Quem escreve?
Thamires Coelho, 18 anos, Rio Grande do Sul. Eterna estudante da Vida, caçadora de conhecimento, idealista, impulsiva, apaixonada e desorganizada. Adoro escrever e dar meu pitaco na conversa dos amigos! No twitter, sou a @thamirescb_. |