Rotina

Você abre os olhos cansada, imaginando mais um dia duro de trabalho. O seu marido já se levantou, tomou um banho e está terminando de tomar café. Mal você aparece, ele já abre um sorriso amarelo, rápido. Você olha as horas. Apenas 07:15 e ele já está pronto. Você, por um nanosegundo, inveja-o, mas lembra que deve estar no escritório de advocacia às 08:30. Uma surpresa boa: mensagem do chefe… Apressada, vai logo ver o que é: Oba, folga! Imediatamente relaxa e corre para o marido para contar a boa nova. Mal ele lhe escuta, dá-lhe um beijo e sai apressado. Um pouco decepcionada você chega ao seu quarto. Deita e segura as lágrimas para não chorar. Acende um cigarro – ops, você sabe que ele odeia que você faça isso no quarto, mas ele não está em casa. Começa a devanear sobre sua vida de casados, 3 anos, já, nenhum filho… Nada.

Agora lembra-se dos anos dourados do namoro. Ele era quente, sexy. Tinha uma pegada que lhe deixava louca. Sem resistência, você se entregava, o sexo diário era garantido. Beijos, abraços, carícias… Eles não tinham lugar para acontecer. Era tudo muito selvagem, louco. Você ia às nuvens com aquele homem, tão viril, tão másculo. Aos poucos volta a realidade e… Segunda decepção do dia: seu marido já não é tão selvagem – e você simplesmente não entende o porquê. Muitas vezes, masturba-se escondida, imaginando que um dia ele a pegue em pleno ato. Você grita desesperada por dentro, querendo mostrar a ele – implicitamente – o quanto você sente falta do seu homem.

Infelizmente, ele parece não ligar. Quantas vezes já conversaram? Em vão… Enfim, você se resigna com a situação, aceita o sexo mais ou menos dele. Mas percebe que falta algo. Talvez, só talvez, as brigas pós lua-de-mel tenham estragado o clima selvagem entre vocês dois. Você suspira profundamente… Lá fora você vê muitos pássaros voando… Vai chover? Pega-se pensando em quantas vezes já pensou em terminar tudo, mas só por sexo? Afinal, valerá a pena? Você sente uma enorme vontade de gritar e terminar tudo, dizer que ele é incapaz. Um relâmpago de pensamento passa por sua mente e você parece enxergar ele nos braços de outra, muito, mas muito mais gostosa que você. Suspiros.

Você se levanta assustada e percebe que dormiu demais. Vê o cigarro no fim mas ainda aceso, tenta ver que horas são. No seu celular, duas mensagens dele dizendo que vai chegar para o almoço. Um salto da cama e você está na cozinha. “Está em cima da hora, dormi demais!” pensa. Rapidamente prepara alguma coisinha para comerem enquanto o prato principal fica pronto.

São 12:34 e ele ainda não chegou. A mesa, bem posta, está linda e decorada. Você até se arrumou, com esperanças. Passam-se 3 minutos. Olha no relógio, ansiosa, e ouve um barulho de chaves. Vê o marido entrando e percebe o que ele traz para você: seus doces preferidos. Imediatamente, enquanto ele avança para chegar perto de você – agora sem o sorriso amarelo: ele está carinhoso, quente –  percebe porque ainda não terminou com ele, mesmo o sexo sendo mais ou menos. Percebe que, todos os pensamentos no momento de reflexão caracterizavam uma mulher carente, sim, mas que pode sobreviver a estes poréns para viver esse amor.

Ele toca seu rosto, você enrubesce. “Olá, querida.” “Olá.”
Você aproveita o momento e tirá-lhe o casaco, convidando-o para almoçar. Mais tarde, ele dispensa o serviço e juntos vão tomar um banho relaxante, falar da vida e, quem sabe, fazer um bom e merecido sexo.

Thamires Coelho

Existe idade certa para se casar?

Alguns dias atrás, eu pude “presenciar” algo que me deixou um tanto chocada: um amigo virtual meu dizendo que casou aos 21 anos com uma menina de 15. Bem, isso é realmente assustador – na minha humilde opinião – e pode até parecer algum tipo de pedofilia, mas não é. Em algumas regiões do país, como no Nordeste, é bem normal casar nessa idade.

Casamento

Existem vários motivos para se casar, mas como não pesquiso muito sobre esse fenômeno que é o casamento e ainda não sou casada, não posso dissertar sobre fatos comprovados. O que eu percebi é que envolve muito a questão cultural: Para alguns, o matrimônio é a forma de estar junto “até que a morte os separe” de quem se ama, de ter uma vida de luxo, ou apenas se unir por comodidade. Para outros, já é mais que isso: é sobreviver, como nos casos das pessoas muito pobres, que só vêem solução no casamento, mas isso não quer dizer que o mesmo não foi resultado do amor dos pombinhos também.

Compromisso

Uma das coisas que me preocupa é o casamento irresponsável. Eu percebo que atualmente a humanidade está muito despreocupada com a Vida, certamente porque já está com o “futuro garantido”. Parece que pensamos menos e agimos mais, de tal forma que somos convencidos (por nós mesmos) a agir impulsivamente. Eu não vejo nada demais em ter um casamento, mas, em minha opinião, casar-se é algo a mais em um relacionamento, que exige muitas, muitas, muitas responsabilidades. Algumas pessoas pensam diferente ou simplesmente ignoram tais fatos e os votos no altar passam vagamente em seus pensamentos. Esse ato despreocupado de casar-se, esquecer-se dos votos ou não casar por amor é causador de lares infelizes, mulheres e homens traídos sem saber o porquê e um terceiro membro na nova “família” que chega de forma precoce: um filho.

Às vezes, eu me pergunto: Qual a necessidade de casar-se tão cedo? Será que as pessoas estão só “garantindo o seu”? Eu me pergunto o que a menina de 15 anos deixou de fazer porque é casada hoje, como terá sido sua “juventude”? E eu realmente não consigo chegar a uma resposta objetiva. Todos nós somos livres para fazer escolhas, mas, por favor!, conscientes e bem pensadas!! Eu pretendo me casar quando me sentir pronta, amar alguém de verdade e enxergar um futuro seguro com esse alguém – independente da minha idade. Sei que parece clichê demais, mas não há necessidade de adiantar algo que mais tarde poderá só trazer sofrimento, porque alguma das partes do casamento não curtiu o suficiente.

Casamento

Então, se for se casar, tenha consciência, ame, estude, conheça a pessoa. Tenha um casamento inteligente e feliz, fora isso, não há idade certa para casar, basta sentir-se pronta (o) de forma consciente, sim?